Será bem-vindo qualquer sorriso | Insanidade Artificial #29
O último do ano. Me conta uma coisa boa que você viveu em 2023?
Dezembro chega e com ele aquele pique do iniciozinho de High School Musical 2 em que tudo o que passa pela cabeça é “férias, férias, férias férias…”
Mas fim de ano também é época de pensar sobre os meses que se passaram e o que de bom e ruim teve. No Insanidade Artificial “original”, meu antigo blog que mantive por uns 10 anos antes de eu inaugurar essa newsletter, tinha o costume de fazer uma pequena retrospectiva ilustrada do ano com tudo de legal que tinha acontecido. Esse ano, com a abertura da newsletter, decidi trazer essa tradição de volta e contar um pouco pra quem acompanha aqui um pouco do que houve de bom do lado de cá. Não vai ser ilustrado porque o tempo nesse fim de ano anda escasso, mas acho que faz bem listar as coisas boas que aconteceram pra gente não sucumbir ao medo e à desesperança que o doomscrolling1 das redes sociais colocam no coraçãozinho da gente, não é mesmo?
Mudei de emprego
Um dos motivos de eu ter quase abandonado a escrita nos últimos anos foi o trabalho. Eu me amarro no que eu faço, de verdade, arquitetura é minha paixão mas o local onde eu trabalhava e uma série de outras questões pessoais levaram a me afundar em trampo. Isso bagunçou legal minha saúde física e mental e como consequência e o burnoutinho da estrela veio com tudo. No final de 2022, consegui trocar de emprego e, apesar da realidade capitalista tardia do trabalho atual ainda ser uma bela #@%&, o ambiente onde estou hoje é bem menos hostil e exige menos de mim, liberando espaço mental pra outras coisas, como cuidar da minha saúde e poder dar atenção à minha arte e à minha escrita.
Voltei a praticar yoga
Ainda no tópico ~autocuidado~ a yoga é uma prática que esteve presente na minha vida durante muito tempo mas da qual acabei me afastando por causa de trabalho e a famosa bad. Esse ano minha companheira me presenteou com um tapetinho de yoga e pude retomar e foi uma das melhores coisas que poderia ter feito.
Os efeitos tem sido não só físicos, me ajudando com o tanto de dor nas costas que anos de prancheta e computador causaram, mas também psicológicos, fazendo com que a meia horinha no dia que tiro pra praticar sejam um momento de pausa e calma no stress do dia a dia. Outra parada importante que a yoga me trouxe foi o lance de prestar atenção na minha respiração como uma forma simples e prática de me acalmar e me reconectar comigo mesmo a qualquer momento.
Da forma como eu pratico não é uma atividade física que vai me deixar super sarado nem nada (e quem disse que atividade física é pra isso?) mas é super bacana ver que seu corpo é capaz de fazer coisas que você nem imaginava com um pouquinho de paciência e a sensação depois de cada prática é maravilhosa.
Fui num show com a minha companheira
Música é um lance que tanto eu como minha companheira gostamos muito e, desde antes da pandemia, estava sem ir a apresentações de música ao vivo. Nesse fim de ano conseguimos ir a um show dos Gilsons aqui na nossa cidade e foi lindo demais poder curtir um som ao vivo de um grupo que a gente curte muito e poder cantar juntinho. Foi muito especial ter esse momento juntos e espero ir a muitos outros shows com ela no futuro.
Comecei a frequentar a biblioteca pública
Fui uma criança (além de viada) rata da biblioteca dos meus primos e tios na falta de uma biblioteca pública na minha cidade. No ensino médio, estudando na capital, o acesso a uma biblioteca dentro da escola era algo que me fascinava e ajudou a consolidar ainda mais meu amor pela leitura. Na graduação em arquitetura, o hábito se manteve me embrenhando pelos corredores da biblioteca da FAU-UFRJ com as minhas leituras e estudos pessoais saindo toda semana com alguns volumes na mochila. Depois de formado, minha leitura continuou basicamente só no formato digital no celular e no kindle e sentia falta de esbarrar com livros por acaso e decidir pegar só porque a sinopse ou a capa me interessaram.
Com a mudança de emprego, agora estou perto da biblioteca municipal e faço visitas constantes ao espaço seja só pra aproveitar o ar condicionado nos dias de calor ou pra passear pelos corredores e ser surpreendido por alguma lombada e decidir embarcar na leitura. Os livros físicos tem sido um respiro num dia a dia cheio de telas e gostei bastante das leituras que fiz dando lugar ao acaso na biblioteca pública.
Comecei essa newsletter
Como eu disse no primeiro texto do Insanidade Artificial, ano passado eu comecei uma newsletter no Revue, uma plataforma do twitter, e publiquei uma meia dúzia de textos com a pouca energia que eu tinha na época. No final de 2022 se não me falha a memória, durante a reestruturação do Twitter(não consigo chamar aquilo lá de X, cês me desculpem) o maldito do Elon Musk descontinuou o serviço sem ter possibilidade de backup e dei uma desanimada forte de continuar escrevendo na internet.
Só que eu gosto muito de ter como acessar fácil as minhas divagações escritas e o texto online permite isso. E eu queria voltar a falar sobre as paradas que me movem que são arte, literatura, música e arquitetura e não acho que o ambiente das redes sociais sejam o melhor lugar pra despejar essas reflexões de uma forma mais aprofundada e com isso o fogo no cu desejo de fazer a newsletter começou e foi uma das melhores coisas que eu poderia ter feito porque quanto mais escrevo mais quero escrever e fiz alguns textos dos quais me orgulho muito nesse processo. O Insanidade Artificial é um espaço feito quase que exclusivamente pra eu falar sobre as minhas obsessões da vez mas no meio do caminho pude trocar ideia com muita gente legal que lê e comenta os textos daqui e essa troca tem sido muito bacana e definitivamente é algo que eu quero levar pro próximo ano.
Sei que o final de ano pode ser muito difícil pra muita gente, a arrombida da Simone cantando “Então é Natal, e o que você fez?” pode causar uma ansiedade maldita e uma sensação de desespero, não que já tenha acontecido comigo, imagina, kkkry. Muita gente com relação complicada com família e essa pressão por posar bonito no instagram contando vitória pode ser um gatilho de tristeza terrível, tô ligado. Mas, mesmo com tudo isso, acho importante tirar um tempinho pra pensar no que de bom a vida trouxe no meio dessa dificuldade, sabe? Longe de ser um papo ~good vibes tilelê~, é importante reconhecer que, apesar do mundaréu de desgraça que aparece e o colapso climático-social-econômico-ambiental iminente a gente ainda tá vivo, tá ligado?
Ainda tem pessoas e bichinhos com as quais a gente se importa e que se importam com a gente compartilhando o espaço-tempo nesse planeta e vale a pena viver mais um pouquinho pra aproveitar a companhia dessas pessoas e desses bichinhos, não se esqueça dos bichinhos.
Esse provavelmente vai ser meu último post do ano e espero de coração que quem estiver lendo seja muito feliz no aqui e agora, que a vida seja gentil com você, que você possa encontrar arte que te emocione no meio dos seus dias e que você faça carinho em algum animal peludo sempre que possível.
A newsletter volta só ano que vem mas eu continuo falando groselha no twitter e postando arte no instagram.
Se puder e quiser, me conta nos comentários ou respondendo ao e-mail uma coisinha boa que aconteceu contigo esse ano? Vou adorar saber, de verdade.
Um grande abraço e espero você aqui novamente ano que vem.
Diego Bonadiman