O que meus autorretratos revelam | Insanidade Artificial #31
Um passeio pela minha arte ao longo dos anos
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Esses dias estava passeando pelos meus arquivos antigos e acabei encontrando meus autorretratos (ou como eu gosto de chamar: selfies ilustradas) desde 2009. Como não sou muito de tirar fotos da minha cara, esse tipo de desenho é um registro tão fiel quanto qualquer fotografia do meu eu de cada ano.
2009
Comecei a fazer minhas primeiras experiências com arte digital nessa época e fiz esse desenho no GIMP com o mouse. Paciência que não tenho mais hoje em dia.
2010
Mangá sempre foi uma parada muito presente na minha vida e acabei me desenhando nesse estilo meio anime. Nessa época provavelmente fiz usando o inkscape e ainda com o mouse. Meu domínio de layers era em níveis negativos e toda hora refazia o desenho porque coloquei a coisa errada por cima.
2011
Esse desenho foi feito no meu primeiro ano da faculdade, então acho que foi feito no Corel Draw vetorizando um rabisco que fiz numa folha de papel. Tenho uma camiseta como essa do desenho até hoje.
2012
Fori um ano bem zoado e complicado pra mim em que quase não desenhei. Foi a época em que tentei a primeira versão do “Um Desenho Novo Todo Dia” e não consegui levar adiante. Acho que isso explica a falta de um autorretrato dessa época.
2013
Comecei a me recuperar e retomar o hábito de desenhar e lembro que uma das primeiras coisas que fiz foi esse retratinho direto no Corel com umas formas bem toscas e simples.
2014
Desenhei freneticamente em 2014. Nesse ano comecei a encher um sketchbook por mês e fiz uma matéria sobre quadrinhos na faculdade, então a estética hq aparece pra caramba nesses desenhos. Nesse mesmo período aprendi a colorir meus desenhos feitos à mão usando o photoshop e fiz uma história sobre projeto de interiores e Miles Davis onde eu sou um dos personagens. (Dá pra ler aqui ó)
2015
Continuei minhas explorações com quadrinhos e meu vício em café nunca esteve tão forte como dá pra ver na primeira ilustra. No final desse ano comprei minha tablet durante o intercâmbio nos EUA e fiz a segunda imagem, ainda sem domínio nenhum sobre a minha Wacom bamboo.
2016
Continuei minhas explorações no digital e rabisquei bastante durante o “Um Desenho Novo Todo DIa” o que deu origem a dois desenhos que eu particularmente gosto muito. O primeiro feito no Illustrator por cima de um desenho que fiz à mão e o segundo direto no Photoshop tentando reproduzir o meu traço com nanquim.
2017
Esse ano tiveram duas versões de mim mesmo: uma pra tag #MeetTheArtist que volta e meia reaparece no instagram e outra que fiz pra ser meu avatar do twitter. Gosto muito da segunda imagem porque é bem mais viajadona e agrega um monte de coisas que curto incorporar nos meus desenhos mas nunca tinha colocado num retrato meu. Ambas foram feitas no Photoshop baseadas em rabiscos dos meus sketchbooks.
2023
Estava há um tempo considerável sem fazer um autorretrato e queria atualizar meu avatar do twitter, então peguei a canetinha do celular e rabisquei direto no app do sketchbook.
Nesse ano também rolou uma trend no twitter entre artistas em que a ideia era se desenhar enquanto adulto conversando com você mesmo criança, fiz um rascunho rápido num post it e fiz a tirinha abaixo que foi difícil pra caramba de escrever e que abarca algumas questões que venho tratado em terapia no último ano.
Fazendo esse post acabou batendo o narcisismo e deu vontade de me desenhar mais uma vez hahaha. Mas, falando sério, o legal de ter encontrado esses desenhos, além de ver a mudança do meu traço ao longo dos anos e o tipo de ferramenta que eu usava em cada época, foi perceber como meu estado de espírito acabava se refletindo de uma forma ou de outra nesses desenhos e dá pra ter uma noção bem mais profunda do que se passava comigo pra além do que uma foto pode representar.