Esse ano lembrei do que gosto | Insanidade Artificial #53
às vezes a gente esquece, não é mesmo?
Lembrei que gosto muito de videogames antigos. A estética 16 bits resultante das limitações gráficas, as músicas chiptune, as histórias que exigem uma boa dose de imaginação e envolvimento… Esse ano joguei alguns títulos que conhecia e outros que pra mim eram antigas novidades e me fez muito bem entrar de novo em contato com esse universo que tanto me instiga. Zelda: A Link To The Past é uma obra prima da décima arte e ainda quero divagar sobre isso a qualquer hora mas é impressionante como tão poucos elementos podem criar uma história tão envolvente e te transportar para um mundo completo que existe em si mesmo e que dá a sensação de estar visitando um cantinho mágico.
Descobri que dá pra trabalhar bem e entregar bons resultados sem precisar me escabufar inteiro igual o Deku aprendendo a usar o One For All pra fazer isso. E descobrir que dá pra fazer dessa forma vem mudando totalmente a maneira como enxergo o trabalho, que é algo importante pra mim e com significado, mas que não precisa me destruir no processo.
Esse ano aconteceu o final de My Hero Academia com o jovem Midoriya, nosso querido Deku, que se tornou o herói número 1 do mundo mas teve danos irreparáveis para chegar nesse topo decidindo por uma vida tranquila orientando outros jovens talentosos heróis na escola U.A. e a forma como esse final se deu foi muito emblemática pra mim nesse momento da vida. Acompanhei esse mangá durante anos e a busca incessável de Deku por ser o melhor entre os melhores mas se sentindo sempre atrasado por ter partido de um contexto muito diferente de seus colegas ressoava muito com a minha busca pessoal por ser o melhor no que faço e não que eu ache que já cheguei ao topo de coisa alguma hoje em dia, longe disso na real, mas sei que conquistei bastante coisa e me tornei competente pra caramba no que faço mesmo tendo partido de um contexto bem adverso. Não preciso impor mais dificuldades a uma trajetória profissional que já é difícil por si só nesse mundo corporativo abandonado por deus e onde, bem ou mal, alcancei um certo sucesso, com sucesso significando fazer a mesma coisa todo dia e sendo feliz com isso. No fim das contas esse ano descobri assim como o Deku em seu arco final do mangá que o que eu quero é só continuar fazendo o que eu amo fazer com meu coração e entregando o meu melhor mas sem destruir nada nem ninguém(ninguém mesmo, eu incluso) pra colocar meu trabalho no mundo. (E só pra deixar registrado: sim, lembrei que gosto de battle shonens com dramalhão.)
Lembrei que gosto muito de pop coreano. Não que eu tivesse esquecido que gosto de música como combustível da minha vida mas o pop coreano tem um aspecto quentinho no coração e de me animar instantaneamente em qualquer dia que não encontro em nenhum outro lugar e me colocar ativamente escutando esse tipo de música me ajudou a encarar os dias mais difíceis.
Descobri que não preciso saber de tudo que acontece na exata hora que acontece e descobrindo isso liberei um espaço na mente pra pensar sobre o que acontece com mais calma antes de emitir uma opinião e, inevitavelmente, deixar de emitir tantas opiniões não solicitadas pela internet afora.
Lembrei que gosto de escrever e não só de colocar palavras no papel e na tela mas de pensar sobre quais palavras colocar no papel e na tela e conversar com outras pessoas sobre as palavras que coloquei no papel e na tela e a newsletter foi um reflexo disso com 22 textos publicados nesse segundo ano de Insanidade Artificial, uma galera nova que chegou pra me ler e conversar sobre as coisas que coloco aqui e acho que só eu me importo. Mais do que ter um texto pronto e despejar palavras com os dedos(que eu também adoro), acho que o que gosto é o processo de ficar obcecado com um tema, ler tudo o que encontrar sobre ele, anotar um bocado entre meu caderno meu google keep e meu notion, encher o saco da minha companheira e do meu terapeuta com divagações sobre esse tema, aí escrever mais um pouco no caderno e só aí começar a transformar em alguma coisa parecida com o que vocês leem aqui.
Descobri que o mundo tá o tempo todo tentando te lembrar do que você odeia no mundo e em você mesmo e ceder a isso acaba com a cabecinha porque nesse acúmulo de estímulo negativo você passa a achar que só existe o que você não gosta e te faz mal e simplesmente esquece que na real existe muita coisa que você gosta e te faz bem e que dá pra ir atrás delas como forma de resistir a essa espiral de negatividade que se impõe como a única maneira de viver a vida.
Lembrei muito do que me faz bem e do que faz eu ser eu nesse mundo e espero continuar lembrando e descobrindo coisas novas e escrevendo por aqui sempre que possível. Espero encontrar vocês nessa newsletter descobrindo coisas novas comigo no próximo ano.
Caso queira fazer um mimo de natal pra um dos meus gatos, o pix tá no qr code hein
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Linhas paralelas
Textos e links que cruzaram meu caminho no infinito da rede esses dias.
O Insanidade Artificial volta em 2025. Que a vida seja leve para todos nós no próximo ano.
Abraços e até depois!