Dúvida | Insanidade Artificial #19
O que você mudaria na sua história se tivesse o poder para isso? Será que eu tô fazendo isso certo?
I. Será que eu tô fazendo isso certo?
Vocês fazem um monte de coisa mas sentem que fazem tudo meio errado? Deixa eu tentar explicar.
Ao longo da minha vida, por ter crescido sem muita grana mas com muita vontade de estudar tudo o que eu pudesse, aprendi a fazer um monte de coisa sozinho. Tocar alguns instrumentos musicais, falar inglês, francês e ler um pouco de japonês, desenhar, editar vídeo, editar áudio, fotografia, modelagem 3D e algumas outras muitas habilidades mais ou menos inúteis e acho que sou até que ok fazendo tudo isso só que, por ter aprendido sozinho, sinto que não tenho a técnica adequada em nada disso.
Tipo, eu me viro bem nessas paradas e tenho resultados até que legais só que sinto que o método que eu uso pra fazer é sempre meio quebrado e que falta um refinamento na técnica da execução. O fluxo funciona pra mim mas não sei se tô fazendo da forma correta, saca? Existe um caminho certo pra fazer as coisas? Eu deveria ir atrás desse caminho?
II. Grande
III. “Seconds”
A premissa de “Seconds” de Bryn Lee O’Mallley é bem simples e até meio batida: o que você mudaria na sua história se tivesse o poder para isso?
Quem responde essa questão é a jovem chef de cozinha Katie que, através de um encontro com uma criatura misteriosa consegue um cogumelo mágico e um caderno com instruções de como alterar o passado. Mas Katie não fica satisfeita com apenas uma mudança e burla as regras para mudar mais e mais coisas até chegar ao ponto de não se reconhecer e não entender o que está vivendo e como chegou até ali.
Com uma narrativa gráfica bem interessante sem abandonar o traço fortemente influenciado pelo mangá, Bryan Lee O’Malley trata com leveza de questionamentos da vida dos jovens adultos como a ânsia de “chegar lá”, a dificuldade nos relacionamentos e outras incertezas.
Junto com a protagonista percebemos que, assim como qualquer prato de cozinha, passar pelos processos no tempo certo é o que dá o sabor pra vida. Viver com presença todas as etapas conforme acontecem e passar pelo fogo é o que nos prepara para nos tornarmos pessoas melhores e mais maduras e talvez pular os processos seja nas receitas ou na vida possa gerar resultados desastrosos.
Entender que o processo é pra ser vivido nem sempre é confortável, enquanto vivemos eles parecem que nunca vão chegar ao fim pra dar lugar a algo diferente, além disso, cada pessoa tem o seu e nem sempre(ou quase nunca) a gente consegue seguir a receita do processo de outra pessoa pra balizar a nossa própria vivência. Recentemente, tenho dado atenção aos meus processos e, caras, não é fácil mesmo, tem coisa que eu sei que só vai fazer sentido no futuro e coisa que eu vivi no passado e ainda não enxergo como nada além de dor mas também sei que estou criando algo com um sabor diferente, entende? Não sei se é certo ou errado mas é o meu jeito de fazer, o meu sabor.
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